Vale a pena pedir aposentadoria sozinho ou com advogado? O que muda na prática

Vale a pena pedir aposentadoria sozinho ou com advogado? O que muda na prática

Ao se aproximar da aposentadoria, muitos brasileiros se deparam com uma dúvida essencial: seguir com o pedido por conta própria ou contratar um advogado especializado em direito previdenciário? Em um cenário em que as regras do INSS se tornam cada vez mais complexas e mutáveis, essa escolha pode influenciar diretamente no valor do benefício, no tempo de espera e até mesmo na aprovação ou indeferimento do pedido.

Neste artigo, vamos apresentar as principais diferenças entre fazer o pedido de aposentadoria sozinho e com apoio jurídico. Você entenderá os riscos, as vantagens, os custos envolvidos e os fatores que devem ser levados em conta para tomar uma decisão segura.

Entendendo o processo de aposentadoria

Antes de decidir como dar entrada no pedido de aposentadoria, é fundamental compreender o que o processo envolve. Para se aposentar, o segurado precisa cumprir alguns critérios exigidos pelo INSS, como:

  • Tempo mínimo de contribuição (que varia de acordo com o tipo de aposentadoria);
  • Idade mínima (em alguns casos);
  • Documentação que comprove vínculos empregatícios, contribuições e, em situações específicas, atividade rural ou tempo especial.

O pedido pode ser feito pelo Meu INSS, plataforma digital acessível via aplicativo ou site. Nela, o cidadão pode agendar atendimentos, simular o benefício, consultar extratos de contribuições (CNIS) e dar entrada no processo. Embora o sistema pareça simples, os bastidores do direito previdenciário exigem atenção técnica que nem sempre está ao alcance do segurado comum.

Pedir aposentadoria sozinho: quando é possível e quais os riscos

Muitas pessoas optam por realizar o processo de aposentadoria sozinhas, motivadas principalmente pelo desejo de economizar com honorários advocatícios. Em alguns casos, essa escolha pode, de fato, ser suficiente.

Quando é possível fazer sozinho:

  • Histórico contributivo regular, com todos os vínculos e contribuições corretamente registrados no CNIS;
  • Aposentadoria por idade ou por tempo de contribuição com regras diretas, sem períodos especiais ou lacunas;
  • Ausência de dúvidas sobre contagem de tempo, regras de transição ou tipos de benefício.

Contudo, mesmo nesses casos, há riscos significativos. O sistema do INSS é altamente informatizado, mas ainda falho. Dados ausentes ou incorretos são comuns, e muitos segurados só descobrem os erros quando têm o benefício negado ou concedido com valor abaixo do esperado.

Principais riscos de fazer sozinho:

  • Indeferimento do pedido por falhas documentais ou ausência de vínculos no CNIS;
  • Concessão com valor menor, por falta de análise sobre o melhor momento de se aposentar;
  • Desperdício de tempo e energia, com necessidade de recursos e reentradas;
  • Perda de direitos, como tempo especial ou atividades rurais não reconhecidas corretamente.

O papel do advogado previdenciário

Contratar um advogado previdenciário vai muito além de simplesmente “fazer o pedido” em nome do cliente. O profissional especializado atua de forma estratégica, com foco em planejar, corrigir, orientar e maximizar o benefício.

O que o advogado faz:

  • Realiza análise detalhada do CNIS para identificar erros e oportunidades;
  • Corrige dados, inclui vínculos esquecidos, e regulariza contribuições em atraso, quando possível;
  • Orienta sobre a melhor regra de aposentadoria, considerando as diversas modalidades existentes;
  • Verifica possibilidade de reconhecimento de tempo especial (atividades insalubres ou perigosas);
  • Realiza simulações comparativas para indicar o momento mais vantajoso de solicitar o benefício.

Com essa abordagem, o advogado evita que o segurado tenha prejuízos financeiros e ajuda a garantir que o benefício seja concedido com o valor mais alto possível, no menor tempo e com segurança jurídica.

Diferença de resultado entre fazer sozinho e com advogado

É comum encontrar relatos de pessoas que pediram a aposentadoria por conta própria, tiveram o benefício concedido e, só depois, descobriram que poderiam receber valores maiores, caso tivessem feito um planejamento adequado.

Exemplos práticos:

  • Caso 1: Pedido negado por ausência de vínculo
    Maria trabalhou em uma empresa entre 1992 e 1995, mas esse período não constava no CNIS. Sem saber que poderia apresentar documentos adicionais, ela fez o pedido sozinha e teve o benefício negado.
  • Caso 2: Aposentadoria com valor abaixo do ideal
    Carlos deu entrada sozinho, sem considerar que poderia se aposentar um ano depois pela regra de pontos, com aumento significativo no valor. Perdeu mais de R$ 500 mensais por não ter sido orientado.
  • Caso 3: Tempo especial não reconhecido
    João trabalhou por 10 anos em ambiente insalubre. Ao não apresentar o PPP corretamente, perdeu o direito à conversão de tempo especial, o que teria antecipado sua aposentadoria em 4 anos.

Esses exemplos mostram que o apoio jurídico não é um custo, mas um investimento.

Quanto custa ter um advogado e como funciona o pagamento

Muitos deixam de buscar apoio jurídico por acreditar que os custos são altos. No entanto, a realidade é que os honorários variam conforme a complexidade do caso e os resultados esperados.

Formas de cobrança mais comuns:

  • Percentual sobre valores atrasados: o advogado recebe um percentual sobre os valores retroativos recebidos no benefício. Muito comum em ações judiciais;
  • Honorários fixos: definidos no início do processo, especialmente em atendimentos administrativos;
  • Parcelamento: muitos escritórios permitem o pagamento em parcelas acessíveis;
  • Atendimento gratuito: em casos específicos, é possível recorrer à Defensoria Pública ou escritórios de assistência jurídica.

Avaliando o custo-benefício

Se o investimento em um profissional resulta em um benefício com valor mais alto, com concessão mais rápida e menor chance de erro, os ganhos a longo prazo justificam plenamente os custos iniciais.

Quando vale mesmo a pena contratar um advogado

Em alguns casos, contratar um advogado não é apenas recomendável, mas essencial. Veja em quais situações o apoio jurídico é praticamente indispensável:

  • Trabalho em atividades insalubres ou perigosas, com possibilidade de reconhecimento de tempo especial;
  • Atividade rural ou período como contribuinte individual, especialmente sem contribuições regulares;
  • Contribuições em atraso ou lacunas no histórico do CNIS;
  • Revisão de aposentadoria já concedida, em busca de aumento no valor;
  • Regras de transição da Reforma da Previdência, que exigem comparação entre diferentes possibilidades.

Por outro lado, em casos muito simples, com todas as informações corretamente registradas e histórico regular, o processo pode ser feito diretamente pelo segurado, desde que esteja bem informado e atento aos detalhes.

Checklist: você precisa de um advogado?

Responda às perguntas abaixo. Se a maioria for “sim”, o ideal é buscar apoio especializado:

  • Há períodos de trabalho que não aparecem no Meu INSS?
  • Você trabalhou em ambiente insalubre ou com periculosidade?
  • Há dúvidas sobre o tempo total de contribuição?
  • Você tem contribuições feitas de forma autônoma ou por carnê?
  • Deseja garantir o maior valor possível no benefício?
  • Não sabe qual a melhor regra entre as disponíveis após a Reforma?

Conclusão

Pedir aposentadoria é um dos momentos mais importantes da vida profissional. É quando anos de trabalho se transformam em segurança financeira. Por isso, a decisão entre seguir sozinho ou contar com um advogado não deve ser tomada apenas com base no custo – mas sim na complexidade do histórico e nos objetivos futuros.

Em muitos casos, o advogado previdenciário atua como um verdadeiro guardião dos direitos do segurado, evitando erros irreversíveis e assegurando o melhor benefício possível. Já em situações mais simples e bem documentadas, o pedido direto pode funcionar – desde que o segurado esteja atento e bem orientado.

Se você ainda tem dúvidas ou percebe que seu caso envolve detalhes específicos, buscar uma consulta jurídica pode ser o primeiro passo para uma aposentadoria segura e tranquila. Procure por um profissional de sua confiança ou conte com os serviços de nossos advogados especialistas em Direito Previdenciário.

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